quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

INCENTIVO À LEITURA

Como incentivar a leitura na escola? Veja um caso interessante.

(matéria do G1 veiculada em 29/12/2011)

Criança de 11 anos leu 224 livros em sete meses em MT

Waldir Chagas Sidnei de Souza, de 11 anos, foi o campeão de um projeto desenvolvido pela escola municipal rural de São Félix do Araguaia, a 1.159 quilômetros de Cuiabá, ao ler 224 livros em apenas sete meses. “Foi fácil ler todos estes livros porque eu gosto de ler. Mas não imaginei que eu fosse ganhar. No começo eu não estava muito interessado não”, disse ao G1 o menino, que concluiu a 5ª série. O projeto tinha como objetivo incentivar a leitura na escola.

A professora de português Renilda das Chagas disse ao G1 que dentre as obras que fizeram parte do dia a dia das crianças estão literatura infantil, literatura juvenil, gibis e alguns livros mais teóricos. “Não eram livros grossos e na competição os gibis contavam como livros", explicou a professora. Waldir leu 274 obras no total, sendo que 224 eram livros e 50 eram gibis. "O projeto 'Leituras e Resumos' foi desenvolvido com os coordenadores da escola, juntamente com os pais, para motivar as crianças a ler como complemento à disciplina de língua portuguesa”, explicou Renilda.

Waldir afirma ainda que suas obras preferidas são as infantis, em especial os gibis da Turma da Mônica, de Maurício de Souza, no entanto, pontua a vontade de ler alguma coisa sobre aeronáutica, área que sonha atuar no futuro. “Gosto mais de ler gibi, livros que têm ilustrações e poemas. Quando eu crescer quero ser piloto da aeronáutica. Mas ainda não achei nenhum [livro] sobre isso”, destacou o menino. Para a mãe de Waldir, Renilda das Chagas, que é professora do menino e desenvolveu o projeto na escola Nova Suia, o sonho de ser piloto pode estar associado à vontade de um dia andar de avião. “Ele quer ser piloto de avião e acho que o sonho se deve mais pelas coisas que ele vê na televisão, porque ele nunca andou de avião”, disse a mãe.
“Continuo lendo. Trouxe 10 livros da escola para ler em casa nessas férias. "Waldir Chagas, 11 anos. A mãe do pequeno leitor explica que para que não houvesse parcialidade na hora da verificação dos vencedores, outras professores contaram a quantidade de resumos que cada criança havia escrito. “No início, quando os alunos iam trazendo os resumos dos livros que eles liam, nós nos sentávamos para corrigir, ler os resumos, e eu marcava quantos livros eles estavam lendo. Eles não tinham esse controle. Era uma forma de incentivar, não pela quantidade, mas pela qualidade. Depois, quando os coordenadores, professores e eu vimos a quantidade de livros que eles estavam lendo, foi bom demais ver que Waldir tinha lido muitas obras”, disse a professora ao G1.

Renilda disse ainda que não esperava que o filho seria o ganhador do concurso. “Waldir desde pequenino gostava de ler, mas depois que lançou o concurso eu vi que ele desenvolveu bastante a leitura. Até agora, nas férias, ele trouxe livro para ler em casa. Quando falaram que o Waldir ganhou, eu fiquei alegre demais, fiquei feliz demais. Não tenho nem palavras para falar”, disse, emocionada.

Para Waldir, o concurso não foi sinônimo apenas de premiação e reconhecimento. O menino de 11 anos garante que adquiriu um novo hábito com a competição e destaca ainda que a biblioteca da escola ganhou um acervo de obras muito interessante. “Antes da competição eu lia um pouco, eram mais livros comuns, porque eu não tinha gibis. Agora estou aproveitando porque está cheio de gibi e outros livros na escola”, relatou o garoto.
Para as férias que duram até maio, já que a Escola Nova Suia fica fechada durante o período de chuvas, Waldir reservou alguns livros da biblioteca e levou para casa. “Agora eu continuo lendo. Trouxe 10 livros da escola para ler em casa nessas férias. Mas vou brincar de bola também”, afirmou o garoto.

Leituras e Resumos

Como prêmio, Waldir ganhou um telefone celular. A professora Renilda das Chagas disse que a ideia do projeto de leitura para as crianças de Primeiro Grau surgiu por meio da observação dos alunos nas aulas. “Eu vi que eles estavam com dificuldade na leitura. Tem livros na escola, mas eu vi que eles não estavam interessados. Então o projeto veio para estimular a leitura deles e a escrita dos resumos foi mesmo para incentivar que eles lessem. Com o projeto, ganhamos livros da Secretaria Municipal de Educação e de outras pessoas”, destacou.

Ainda segundo Renilda, os três primeiros colocados no concurso levaram para casa prêmios doados pela coordenação do colégio. Waldir ganhou um telefone celular, Antonny Pires de Mendonça, que ficou em segundo colocado, com 82 livros, ganhou um aparelho de rádio. Já Jaime Caldeira de Souza, terceiro colocado, com 76 livros, ganhou uma bolsa.



quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

3 x 4 com Ferreira Gullar

As respostas a seguir foram proferidas por Ferreira Gullar em entrevistas concedidas a vários meios de comunicação, entre eles, o “Jornal de poesia”, de 08.09.2005; “Revista Poesia Sempre”, de 09.03.1998; “Cosacnaify” (não tenho a data); “Jornal Bafafá”, de 16.10.2005; Faculdade Casper Líbero; Revista Isto é edição 1870 (entrevistadora Eliane Lobato); Revista Cult (Agosto de 2002); “Folha Ilustrada” de 07/02/2002. Algumas respostas tiveram partes suprimidas por tratar-se de uma espécie de 3 x 4, sem contudo, alterar, modificar ou substituir as palavras do poeta. O objetivo desse apanhado/miscelânea é meramente didático, para divulgar e facilitar o acesso dos estudantes e pessoas em geral ao conhecimento desse maravilhoso poeta; porém, se por qualquer motivo relacionado a direitos autorais, for necessária a retirada deste material do blog, estamos à disposição.    (Belinha)


Nome: José Ribamar Ferreira.
Origem: São Luís, Maranhão.
Nascimento: 10/12/1930.
Pais: Newton Ferreira e dona Zizi.
Seu primeiro contato com poesia foi: aos oito anos, ao escrever um poema sob encomenda para um espetáculo de circo que a irmã montou no fundo do quintal.
Estreia na poesia: livro Um pouco Acima do Chão, em 1949. Eu tinha dezenove anos de idade, é um livro tolo, imaturo.
Como nasce o poema: O meu poema nasce do espanto.
Livro que marcou sua obra: Poema Sujo, de 1976. Eu escrevi o Poema como se pudesse ser a última coisa que faria, por isso, a ideia de fazer um resgate de toda minha vida, dar o meu testemunho final.
O contexto de Poema Sujo foi: O poema Sujo foi escrito nas condições do exílio. Ele pode ser visto como uma forma de resistência ao regime porque contém nele a afirmação da liberdade, da vida, da existência, das coisas necessárias à vida normal de qualquer cidadão.
Seu primeiro emprego foi: Aos 18 anos, na Rádio Timbira como locutor. Naquela época os locutores tinham uma entonação especial, uma voz colocada. De algum modo isso ficou como padrão e essa impostação me irritava. Acabei criando problemas lá e saí.
Por que se tornou poeta: Eu descobri a poesia talvez por não ter o que fazer da vida. De todas as profissões conhecidas, eu não queria nenhuma. Eu estava rejeitando um tipo de ocupação normal das pessoas e poderia virar pintor, qualquer coisa assim, mas virei poeta. Até que tirei 9,5 numa redação sobre o Dia do Trabalho. Pensei: Já que é assim, vou ser poeta. Eu tirei 9,5 porque tive dois erros de português. E pensei: Bom, se eu quero ser poeta, não posso errar português. E passei dois anos seguidos só lendo gramática.
Tempo que leva para escrever poemas: Quando eu era jovem, escrevia com mais rapidez. Mas hoje tenho muito mais dificuldade para escrever, refaço 15,20 vezes. E mudo muito.
Por que foi morar no RJ: Primeiramente fugi. Fugi da quintanda (do pai), da família, da vida sufocante e pouca. Fugi pela poesia.
A adaptação no RJ: O Rio de Janeiro daquela época era mais fácil, mais tranquilo, menos violento e não tive dificuldade em me adaptar.
Sua passagem pelo jornalismo: Eu trabalho em jornal desde que eu vim para o Rio em 1953, quase sempre como redator, copidesque. Fora isso fazia colaborações como crítico de arte, cronista, articulista. Fui jornalista profissional mais de 30 anos na Manchete, Diário Carioca, Jornal do Brasil, Diário de Notícias e Estado de São Paulo.
Religião: Não tenho. Infelizmente.
Deus: Nós inventamos Deus. Não existe. Mas a religião é fundamental. As precisam dela. Não é por acaso que a religião sobreviveu a todo materialismo. Ela é fundadora e preservadora dos valores sociais.
O que acha do concretismo: O concretismo é uma bobagem. Eu participei da experiência concretista no começo, e era uma tentativa de se responder a um impasse ao qual a Geração de 45 tinha conduzido a poesia brasileira. A poesia concreta é o formalismo da Geração de 45 levado às suas últimas consequências.
Como se chega à poesia: Se você não chega à emoção você não chega à poesia. O próprio Valéry, um poeta cerebral, ele só é poeta quando atinge, através daquilo, a emoção.
A importância da poesia social em sua obra: A fase estritamente política de minha poesia é muito reduzida, e o número de poemas realmente políticos é insignificante. Mas os críticos, de repente começam a me colocar como se eu fosse um poeta político porque, como cidadão, fui realmente muito atuante.
Como vê o cordel no universo da poesia: Do ponto de vista da elaboração literária há uma perda. Porque o que caracteriza o cordel como toda arte popular é que eles são feitos de estereótipos.
Por que fez cordel: Não escrevi esses poemas achando que estava fazendo literatura. Tinha obrigação de usar meus recursos de poeta para contribuir para a conscientização das pessoas, do povo mal-informado, que não sabia o que estava acontecendo.
O que acha da Academia de Letras: Eu acho que a Academia e Poesia são incompatíveis. Eu não tenho nada contra Academias, mas acho realmente que a cultura tende a se institucionalizar.
Poeta consagrado com o qual teve mais proximidade: Eu nunca me aproximei dos grandes poetas da época. Com quem eu tive uma certa proximidade foi com o Murilo Mendes, mas porque ele era amigo do Mário Pedrosa, e dele eu me aproximei porque ele não era poeta, mas crítico de arte.
Manuel Bandeira para você: Eu o conheci porque eu trabalhava no jornal do Brasil e ele era colaborador do jornal. Era um simpatia de pessoa.
João Cabral de Melo Neto: Eu tenho muita simpatia pelo João Cabral. Apesar dessa imagem de poeta cerebral, quando eu o conheci, o jeito dele me lembrava muito o meu pai. Aqueles braços magros, a maneira de falar, era igualzinho meu pai. Por isso, eu sempre me senti muito à vontade com ele.
Drummond: O Drummond era uma pessoa mais fechada. Com o tempo também nos conhecemos através de encontros ocasionais, no lançamento de livros dele em enterros de amigos comuns...Havia uma relação carinhosa e respeitosas entre nós. Eu o respeitando como um grande poeta, como um mestre, e ele sendo gentil comigo.
Oswald de Andrade: O Oliveira Bastos, que era meu amigo e crítico literário, tinha dado ao Oswald uma cópia datilografada de A luta corporal; ele ficou entusiasmado e quis me conhecer. Em 1953, no dia do meu aniversário, ele foi a minha casa levado por Bastos. Levei um susto enorme. Ficamos amigos. Eu gostava muito da poesia dele, pela irreverência, por aquela linguagem que tem gosto de capim verde, que voltava a um frescor que a literatura tinha perdido.
Importância dos modernistas em sua obra: Se eles não tivessem existido, minha poesia seria outra. Sou herdeiro deles _ Bandeira, Drummond e principalmente João Cabral. A poesia é isso mesmo, você aprende com o que lê. Só um maluco diria que é original.   
Primeira tentativa de vocação artística: ser pintor. Mas não era bem uma opção, porque eu passei bom tempo tentando fazer as duas coisas.
Estilo que segue na pintura: É apenas para me ocupar, não tenho preocupações. Faço pelo prazer de fazer, me entretenho com isso. Às vezes passo meses sem pintar e às vezes passo meses pintando ou desenhando.
Como vê o momento literário no Brasil hoje: É muito difícil fazer generalizações. Há momentos em que, não se sabe por que, se produz muita literatura, e há momentos em que se produz quase nada. Ninguém sabe o que determina isso. Claro que você não pode produzir livros se não tiver recursos; mas você pode ter recursos e não produzir. Todo mundo sabe que a criação artística é individual. Você pode até trabalhar em equipe, mas é uma soma de individualidades criadoras. Não existe a criação coletiva em si mesma. Então o que importa, é que agora um poeta, um garoto de 17 anos, esteja lá no interior do Rio Grande do Sul, ou de Pernambuco, fazendo uma grande poesia que nós ainda não conhecemos.
Estilo de música de que gosta: Há coisas de que não gosto. A música muito frenética, muito intensa, muito inquieta.
Quando ouve música: Quando entro no carro, ligo logo o rádio e só ouço música clássica. E não ouço música popular no carro porque a maioria é insuportável, é muito ruim. A música popular de hoje está muito pobre, e a letra, pior ainda.
Cantores preferidos: Os grandes compositores, como Chico. E tem aí o maranhense Zeca Baleiro.
O que é arte:  Arte é elaboração. Nem todo mundo é capaz de realizar uma obra artística. Agora, se arte é pegar um trilho, amarrar num barbante e pendurar no teto, então todo mundo faz arte. Mas se arte é o que concebo, ou seja elaboração consciente de uma linguagem, já que os significados são criação do ser humano e não se encontram soltos pelo ar, então nem todos são artistas.
Projeto que pretende trabalhar em sua poesia: Eu não tenho projeto. Aliás, nunca tive. Outros poetas têm, mas isso é uma coisa que depende de cada um, da necessidade de cada um.
Diferença entre letra de música e poesia: Letra de música não é poema. Pode conter poesia, como o poema a contém ou não. Mas são gêneros específicos.
O que acha do sofrimento: O sofrimento não tem valor. Que cada um faça dele o que quiser. Há um poema meu que termina com esses versos: “As baratas lá no fundo do esgoto estão olhando a luz, / querem ser felizes.” Eu quero a felicidade, e não o sofrimento.
Como foi viver no exílio: Fui para o exílio para escapar da prisão e das consequências, que naquela época podiam ser a tortura e morte. Eu estava procurando salvar minha vida. Mas em seguido começou outro problema, que é o de viver uma vida que não é sua, fora de seu país, distante da família, dos amigos da sua cultura. Para mim foi também um grande sofrimento.
O que faz com os poemas de que não gosta: Na maioria das vezes, eu sequer termino de escrever esses poemas. Pressinto que não vai dar certo e paro.
O que mais admira no Brasil: O povo com sua riqueza, a sua capacidade de enfrentar as dificuldades. O verdadeiro herói nacional é o povo brasileiro. Cada um em cada momento, enfrentando as dificuldades mais terríveis, tendo suas casas destruídas por enchentes. Gente que morre nessas tragédias que no fundo são consequências da miséria e da pobreza. E apesar de tudo tem alegria, é criativo.
O que mais abomina: A hipocrisia nacional, o país em que todo mundo é de esquerda, moderno, avançado.
O que pensa da morte: Eu me preocupo mais com a morte do meu gato do que a minha. Mas vejo a morte de forma tranquila. Quem morre, acaba; é como se tivesse existido. Por isso, digo que o sentido da vida são os outros. A morte é como um cochilo. O ruim é morrer sofrendo, ficar numa cama com dores, agulhadas. Aí é barra pesada.
Drogas: Meus dois filhos forma destruídos pela droga. Um morreu aos trinta e poucos anos (Marcos, em 1990) e o outro ficou esquizofrênico (Paulo), entrou num surto do qual nunca mais saiu. Eu sei do que estou falando: é uma coisa muito grave. Eu sei que não é politicamente correto falar contra droga porque muitos que nos cercam são usuários. Mas essa pessoas estão erradas e deveriam assumir o compromisso que têm com a sociedade.
Ferreira Gullar, o que você acha do Ferreiro Gullar: A única coisa que quero ser no mundo é o poeta que sou. Só isso. O único orgulho que tenho na vida é o de ser isso e apenas isso. Se não puder sê-lo, ou se não o consegui, tudo bem, mas foi o que tentei desde aqueles tempos em que a poesia me chamou em São Luís do Maranhão.

segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

ANOTAÇÕES SOBRE O CORTIÇO ( DE ALUÍSIO AZEVEDO)

Olá, gente, disponibilizo aí algumas de minhas anotações sobre esse maravilhoso romance naturalista de Aluísio  Azevedo, “ O cortiço”.

A animalização em “O cortiço”

Jerônimo:
Tinha uma força de touro que o fazia respeitado.

Firmo:
...ágil como um cabrito.
Era capoeira e oficial de torneiro. Onça enjaulada.
Lembrava um rato morrendo a pau.

Libório:
Saiu do seu buraco que nem jabuti quando vê chuva.
Era tão feroz naquela fome de cão sem dono.

Botelho:
Óculos redondos que lhe davam à cara expressão de abutre.
Deitaram a fugir que nem cães apedrejados.
...numa exalação forte de animais cansados.

O escândalo no cortiço assanhou a estalagem inteira, como um jato de água quente num formigueiro.

Da porta da venda que dava para o cortiço iam e vinham como formigas, fazendo compras.

...transformando-se num verminar constante de formigueiro assanhado.

Machona, portuguesa feroz, berradora, pulsos cabeludos e grossos, anca de animal do campo.

Não podia chegar à janela sem receber no rosto aquele bafo quente e sensual, que o embebedava com o seu fartum de bestas no coito.

...caiu morto na rua, ao lado da carroça, estrompado como  uma besta.

E gozou-a loucamente, com alívio, com verdadeira satisfação de animal no cio.

...uma coisa viva, uma geração, parecia brotar espontânea, ali mesmo, daquele lameiro, e multiplicar-se como larvas no esterco.

Nunca via gente tão danada para parir! Pareciam ratas.

Sobre a tristeza de Marciana ao perder a filha:
Não pregou o olho durante toda noite, inquieta, ululando, como uma cadela a quem roubaram o cachorrinho.

E cada verso que vinha de sua boca era um arrulhar choroso de pomba no cio. E o Firmo, bêbado de volúpia, enroscava-se todo ao violão, e o violão e ele gemiam com o mesmo gosto, grunhindo, ganindo, miando, com todas as vozes de bichos sensuais.

...doida de luxúria, irracional, feroz, revoluteava, em corcovos de égua, bufando e relichando.

A bruxa:
Era extremamente feia, grossa, triste, olhos desvairados, dentes de cão.

Florinda, filha de Marciana:
Tinha olhos luxuriosos de macaca.

Piedade:
Uma vaca chamando ao longe.
Inquieta que nem um cão ao lado do dono.

Trabalhadores da pedreira:
...a respiração forte e tranquila de animal sadio, num feliz e pletórico resfolegar de besta cansada.

Rita Baiana:
...feita toda de pecado, toda de paraíso, com muito de serpente e muito de mulher.
Só aquele demônio, tinha o mágico segredo daqueles movimentos de cobra amaldiçoada.
Ela era a cobra verde e traiçoeira, a lagarta viscosa, a muriçoca doida.
...como um cão que espera pelo dono.

Descrição do  instinto:
Não era a inteligência nem a razão o que lhe apontava o perigo, mas o instinto, o faro sutil e o desconfiado de toda a fêmea pelas outras, quando sente o ninho exposto.
...............................................

São personagens redondas:
A Estela, o Miranda, o João Romão.

O ato sexual é descrito em detalhes:
E metia-lhe a língua tesa pela boca e pelas orelhas, e esmagava-lhe os olhos debaixo de seus beijos lubrificados de espuma, e mordia-lhe o lóbulo dos ombros, e agarrava-lhe convulsivamente o cabelo, como se quisesse arrancá-lo aos punhados. Até que, com um assomo mais forte, devorou-a num abraço de todo o corpo, ganindo ligeiros gritos, secos, curtos, muito agudos, e afinal desabou para o lado, exânime, inerte.

RELEMBRE ALGUNS PERSONAGENS:

João Romão: português dono do cortiço, da venda e da pedreira. Era avarento, muquirana, dormia sobre o balcão da venda, seu travesseiro era um saco de estopa. Poupava tudo na Caixa Econômica. Usava manga de camisas e tamancos sem meias. Era intrigado com Miranda, seu vizinho, porque tinha inveja do seu título de barão e de seu conforto. Enriqueceu por meios desonestos. Roubava no preço e no peso das mercadorias, alugava casinhas com tinta ainda fresca, o cortiço fora construído com  materiais das construções alheias que roubava à noite.

Bertoleza: cafuza, escrava de um velho cego residente em Juiz de Fora. Foi enganada por João Romão que forjou uma falsa carta de alforria. A partir daí, tornou-se “caixeiro”, “criada” e “amante” de João Romão.

Miranda: mudou-se para o sobrado para afastar a mulher de seus caixeiros, com os quais ela o traía. Era negociante de fazendas por atacado, intrigou-se com Romão porque este negou-lhe a venda de alguns palmos de terreno. Também tinha inveja dele por causa do seu enriquecimento. Não sabia se Zulmira era sua filha de fato. Era casado com Estela pelo dote. Sua relação com Estela era de ódio, traição e dependência financeira. O sexo era um delito, de noite se amavam como animais.

Estela: mulher de Miranda, “senhora pretenciosa e com fumaças de nobreza”. Traía o marido com seus caixeiros e também com Henrique, morador de sua casa.

Zulmira: filha de Estela, “representava o ludíbrio materno”. Tinha 13 anos.

Albino: sujeito efeminado, lavadeiro.

Leocádia: lavadeira que trai o marido Bruno com Henrique  para engravidar e se alugar como ama de leite.

Jerônimo: português casado com Piedade de Jesus. Um homem honesto, trabalhador, religioso, mas que sofre uma mudança total quando vai morar no cortiço. Lá, apaixona-se por Rita Baiana e em nome dessa atração, mata o namorado dela, o capoeirista Firmo, abandona a esposa e a filha e muda seu estilo de vida, que passa a ser moralmente decaído.

Rita Baiana: lavadeira, namorada de Firmo que seduz Jerônimo e o ensina a fumar e a beber.

Piedade: a esposa abandonada por Jerônimo, desamparada, torna-se prostituta. Sua filha, é aliciada por Pombinha na prostituição.

Pombinha: “Flor do cortiço”. Noiva de Costa. Ainda não tinha menstruado, por isso não podia se casar. Sua madrinha, a prostituta francesa Leonni, a deflorou. Pombinha não queria, mas depois disso tornou-se lésbica e prostituta.


O final de João Romão e de O cortiço:

Depois que o cortiço sofre um incêndio, João Romão recebe o seguro e se torna mais rico ainda, principalmente, porque ele também rouba muito dinheiro de um dos inquilinos. Ele muda de hábitos, começa a se vestir bem, a cuidar de si. Seu objetivo é se casar com Zulmira, a filha de seu inimigo Miranda, para se tornar mais rico e ingressar na nas rodas sociais. Miranda, por seu turno, esquece as desavenças e concede a mão de sua filha pelo interesse no poder aquisitivo de Romão. Mas existe um problema: como João Romão iria se livrar de Bertoleza, a negra que era sua empregada e sua amante? Pensando nisso, ele traz, um dia o antigo dono da negra para vir buscá-la. Quando ela descobre que não era alforriada e vê o filho de seu antigo dono, toma uma atitude drástica: se mata com a faca com a qual estava descamando o peixe. No exato momento de sua morte, chega uma comissão de abolicionistas para conceder a João Romão o título de sócio benemérito. E o livro encerra com essa ironia.

segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

METÁFORA

Para uns, a raiz é a parte invisível que permite à árvore crescer. Para mim, a raiz é a parte invisível que a impede de voar como pássaros. Na verdade, uma árvore é um pássaro falhado.
Afonso Cruz, Os livros que devoraram o meu pai
Quando diz que a raiz é um pássaro falhado, Afonso Cruz constrói uma metáfora. A palavra "metáfora" significa "transporte"; através dela há um transporte de conceitos, de ideias, de significados.  Aparentemente não há nada em comum entre uma árvore e um pássaro, mas a metáfora permite aproximar os dois conceitos, fundindo-os numa relação inusitada na qual a árvore passa a ser como um pássaro. Não como o pássaro literal, lógico, mas como algo que esteja na essência do ser pássaro: a liberdade, o desafio da altura, sua beleza aérea, um quê indefinido que só um pássaro possui.
A metáfora renova a linguagem, ao inaugurar uma nova expressão e, portanto, um novo olhar sobre as coisas. Elas passam a ser vistas a partir de uma organização linguística curiosa. Pelo menos, é isso que acontece nas metáforas literárias, já que existem as metáforas do dia a dia, já desgastadas pelo uso e, portanto, nem atraem nossa atenção.
Compilei aqui algumas metáforas literárias que me chamaram a atenção pela beleza ou por sua criatividade. Alguns estão na forma de prosopopeia, que é um tipo de metáfora na qual os seres inanimados, como animais ou elementos da natureza, agem e sentem como seres humanos.
1. OS CHINELOS FALIDOS ARRASTAM DESEJOS FRUSTRADOS. (Poetisa Arlete Nogueira, no livro “Litania da Velha”)
2. A VELHA MASTIGA A ESPERA. (Arlete Nogueira)
3. EU SOU GOTA DE MERCÚRIO DIVIDIDA, DESMANCHADA PELO CHÃO ( Cecília Meireles)
4. A SOMBRA SEPULTAVA O SILÊNCIO. (Vinicius de Moraes)

5. A TARDE SE DEITAVA NOS MEUS OLHOS. (Mário de Andrade)

6.  AS  ESTRELAS SÃO VACAS
      QUE VAGAM E SE PERDEM
      NAS ENSEADAS DA NOITE   (José Sarney)

7. A FOGUEIRA DO TEU AMOR FAÇA-ME CINZA. (José Sarney)

8 EU CHORO LÁGRIMAS DURAS ( José Sarney)

9. EU, DE NOME JOSÉ, /RASGUEI OS OLHOS DA VIDA/ EM CINZA MANHÃ DE ABRIL  
 (José Sarney)
10. DA MINHA CHAGA SANGRA UMA LÁGRIMA INFINITA. (BANDEIRA TRIBUZI)

11. MEU CORAÇÃO É A PONTA DE UM ICEBERG À DERIVA.   ( FRED SHNEITER)

12. FUI DE MIM DESPEJADO. (  FRED SCHNEITER)

13. MINHA TRISTEZA SÃO BALÕES COLORIDOS
       BRANCOS, AMARELOS, AZUIS E VERMELHOS.  ( FRED SHNEITER)

14. O SANGUE QUE CUSPO HOJE SOU EU COAGULADO. (FRED SHNEITER)

15.   TUDO PASSA
        E VAI AMARELANDO FOTOGRAFIAS NA ALMA DA GENTE ( FRED SHNEITER)           

16. VOCÊ ERA A TERRA ÚMIDA ONDE EU FLORESCIA. (FRED SHNEIDER)

17. NÃO QUERO SABER DE MAIS NADA,
        MEU CORAÇÃO ESTÁ PAULINHO DA VIOLA. ( FRED SHNEIDER)

18. O OUTONO TOCA REALEJO NO PÁTIO DA MINHA VIDA.  ( Mário Quintana)

19. TEUS SUSPIROS SÃO BARQUINHOS QUE ME LEVAM PARA LONGE... (Mário Quintana)

20. DESPETALEI UMA ESTRELA PARA VER SE ME QUERIAS... (Mário Quintana)

21. MANDEI PREGAR AS ESTRELAS PARA VELAREM O TEU SONO. (Mário Quintana)

22. O POEMA É UMA PEDRA NO ABISMO. (Mário Quintana)

23. NÃO SEI POR QUE, SORRI DE REPENDE/ E UM GOSTO DE ESTRELA ME VEIO À BOCA. (Mário Quintana)

24. A NOITE É UMA ENORME ESFINGE DE GRANITO NEGRO. (Mário Quintana)

25. A NOITE NEGRA, DEMORADAMENTE, APERTA O MUNDO ENTRE OS SEUS JOELHOS. (Mário Quintana)

26. TU VENS MONTADA NO CLARO TOURO DA AURORA. (Mário Quintana)

27. O SEU CORAÇÃO (DO POETA) É UMA PORTA BATENDO/A TODOS OS VENTOS DO UNIVERSO.
(Mário Quintana)

28. A CANÇÃO, A SIMPLES CANÇÃO, É UMA LUZ DENTRO DA NOITE. (Mário Quintana)

29. OS VIOLINOS ENDOIDECEM A MADRUGADA. (Agostina Akemi Sasaoka)

30. HÁ ESTRELAS ESTATELADAS EM MEUS OLHOS (Agostina Akemi Sasaoka)

31. A NOITE ESCORRIA ENTRE AS NUVENS  ( Agostina Akemi Sasaoka )

32. A BRISA – TOLA- ACARICIAVA OS CABELOS DAS ÁRVORES. ( Agostina Akemi Sasaoka )

33. UM RISO DE SOL ACENDEU A LUZ DO QUARTO. ( Agostina Akemi Sasaoka )

34. TEU OLHAR REVOLVE A POEIRA DO TEMPO. ( Agostina Akemi Sasaoka )

35.  NA RUÍNA DOS TEUS POROS DEIXEI MINHAS PEGADAS  (Agostina Akemi Sasaoka

36. SOU ESSE CORPO/ ESSE CÁLICE SEM VINHO (Agostina Akemi Sasaoka

37. A CIDADE EXALA SEU PERFUME DOENTIO  (Agostina Akemi Sasaoka)

38.  OS CEMITÉRIOS COSPEM SEUS FANTASMAS /QUE VÊM AO NOSSO ENCONTRO (Agostina Akemi Sasaoka )

39. OS PÉS BOCEJAM NO CORREDOR. (Agostina Akemi Sasaoka)

40. TODAS AS ESTRELAS ME ESCUTAM. (Agostina Akemi Sasaoka)

41. MEU SORRISO PERTURBA A ESCURIDÃO E ECOA PELO UNIVERSO (Agostina Akemi Sasaoka)

42. ALIMENTAR-ME-EI COM A HÓSTIA DO TEU NOME (Agostina Akemi Sasaoka)

43. AS PALAVRAS SÃO PEQUENOS LUGARES DA MEMÓRIA (Maria do Rosário Pedreira)

44. MEU PENSAMENTO É UM RIO SUBTERRÂNEO. (Fernando Pessoa)

45. Lua é uma gata branca,
   mansa,
   que descansa entre as nuvens.
   O Sol é um leão sedento,
   mulambento,
   que ruge na minha rua.  (
poema Menina na janela de Sérgio Caparelli)

46. Mar, belo mar selvagem,
     Das nossas praias solitárias! Tigre
     A que as brisas da terra o sono embalam,
     A que o vento do largo eriça o pêlo!     ( Vicente de Carvalho)
47. Teus olhos são meus livros.
     Que livro há aí melhor,
     Em que melhor se leia
     A página do amor?
     Flores me são teus lábios.
     Onde há mais bela flor,
     Em que melhor se beba
     O bálsamo do amor?     ( poema Livro e flores, Machado de Assis)
48. A ponte
     é um rinoceronte
     com pés de cimento,
     peito de ferro
     e um ar de eternidade. (
ponte dos meninos de Maria Dinorah)
49. O HOMEM É UM CANIÇO PENSANTE. (Machado de Assis)
50.  A hora clara e o sol,
      ovo estrelado
      na frigideira do dia. ( Valdivino Braz)

51. E minhas mãos querendo alcançar os pássaros que voejam no claro espaço das manhãs meladas de sol. ( Valdivino Braz)

52. Meus versos são depósitos
     de cinzas,
     porque tudo em mim
     está cremado à espera do vento. ( Ubirajara Galli)

53. A língua
      é uma serpente sem pele e sem dentes. ( Alexandre Brito)

54. O poema é nudez precária,
      procela sem ventos, sem nuvens.  ( Alexandre Bonafim)

55. O poema é uma flor que não morre. (Ferreira Gullar)

POESIA ERÓTICA EXPLORANDO A METÁFORA ( O autor de “poema da vagina” é Graduado em Letras pela Universidade Federal de Paraíba, onde também trabalha. Colaborador de varais revistas e suplementos literários, publicou diversos livros: Jardim da Infância, Contos Policiais, A Bíblia Profana, Blue para um Cadáver Sonhador e O Livros do Adivinhão.)

Poema da vagina

a vagina
é um bolso
um calabouço
um poço no jardim.

a caixa de Pandora
a lâmpada de Aladim
que homens adoram
e mulheres que não
e que sim.

a vagina é uma chama
uma chaminé 
o chapéu do pênis
o tênis do seu pé.

a boca de um jacaré
sem dentes
um galpão
uma gruta
um grotão
um cano de passar
gente.

a vagina
é uma mala
uma maleta
um vale
uma valise
uma valeta.

um cone
um canal
um monte
uma fonte
um horizonte
vertical.

a vagina
é uma boca
com gula
um forno
uma fornalha
uma fagulha.

Um viaduto
um aqueduto
um bornal
a caixinha de rapé
para o nariz do pau.















sábado, 29 de outubro de 2011

GINCANA LITERÁRIA PARA SALA DE AULA

01. No romance Iracema, de José de Alencar, o filho da índia com o português Martim é batizado de:
a) Moacir             b) Poti            c) Jacaúna                 d) Totonho

02. No livro O ateneu, Sérgio era apaixonado pela:
a)  faxineira do colégio        b)  esposa do diretor       c) enfermeira da escola     d) colega de classe

03. No romance Memórias Póstumas de Brás Cubas, Brás dedica seu livro:
a) ao pai        b) à ex-amante     c) ao verme        d) ao padrinho

04. No romance Dom Casmurro, Escobar morre:
a) num incêndio        b) alvejado por tiros        c) afogado no mar          d) febre tifoide

05. A epopeia “Os Lusíadas” é composta por versos de quantas sílabas?
a) doze                b) cinco              c) sete            d) dez

06. Em “Memórias de um sargento de milícia”, Leonardo Pataca conquistou Maria das Hortaliças através:
a) de um beijo            b) uma pisadela e um beliscão       c) um elogio        d) uma joia

07. Em “O cortiço”, o personagem Jerônimo se torna viciado em:
a) maconha            b) cachaça          c) ópio           d) remédios para dormir

08. O primeiro presidente da Academia Brasileira de Letras foi:
a) Álvares de Azevedo         b) José de Alencar       c) Rui Barbosa      d) Machado de Assis

09. Em “Memórias Póstumas de Brás Cubas”, Brás não quis compromisso amoroso com Eugênia porque ela era:
a) gaga          b) coxa          c) cega          d) analfabeta e pobre

10. José Dias, personagem de Dom Casmurro tinha mania:
a) de roer as unhas        b) de falar palavrão       c) de falar superlativos    d) de bocejar demais

11. O livro “Os sertões” está estruturado em três capítulos intitulados:
a) A Terra, O Homem e A luta
b) A Terra, O céu e O Inferno
c) A Terra, A ilha e O mar
d) A Terra, o Suor e O sangue

12. O personagem da literatura brasileira caracterizado por um nacionalismo exacerbado é:
a) Bentinho          b) João Romão       c) Policarpo Quaresma         d) Cirino

13. No romance Inocência, a personagem homônima é homenageada por um cientista que escolhe um bicho para ter o nome dela. Que bicho é esse?
a) um pássaro            b) uma cobra           c) borboleta          d) um onça

14. A obra “Macunaíma” é classificada como:
a) uma rapsódia         b) um romance        c) um conto         d) um poema épico

15. Quem escreveu “Brás, Bexiga e Barra Funda” foi:
a) Antônio Alcântara Machado           b) Joaquim Manoel de Macedo     c) José de Alencar             d) Oswald de Andrade

16. Rachel de Queiroz escreveu “O Quinze”:
a) em uma máquina de datilografia       b) na caderneta de compras da feira    c) de lápis   d) de caneta-tinteiro

17. Em “Vidas Secas”, o sonho de Sinhá Vitória, esposa de Fabiano, era ter:
a) um espelho      b) uma cama igual do Seu Tomás da Bolandeira    c) muito dinheiro
d) um vestido vermelho

18. Carlos Drummond de Andrade nasceu na cidade de:
a) Três Corações       b) Ouro Preto         c) Itabira          d) Mariana

19. Manuel Bandeira sofria de qual doença:
a) câncer         b) tuberculose          c) diabetes       d) lúpus

20. A profissão de Guimarães Rosa foi:
a) médico          b) político      c) professor        d) juiz

21. Em “Grandes Sertão: Veredas”, Riobaldo tem como apelido:
a) Tatarana           b) Gavião         c) Raposa do mato       d) lagarto de aço

22. Em 1967, Clarice Lispector foi vítima:
a) de um acidente automobilístico      b) de um assalto       c) de pneumonia     d) de um incêndio em sua casa

23. Em “A paixão segundo G.H”, a personagem G.H encontra sua essência quando:
a) vê uma barata esmagada
b) vê uma um búfalo no zoológico
c) vê uma ferida num mendigo
d) assiste uma festa de aniversário

24. O último livro de Clarice Lispector foi:
a) O lustre
b) A maçã no escuro
c) A hora da estrela
d) A paixão segundo G.H

25. Parodiou a “Canção do Exílio”, de Gonçalves Dias:
a) José Paulo Paes           b) Paulo Coelho          c) Cora Coralina      d) Cecília Meireles

26. O heterônimo de Fernando Pessoa que rejeita o Cristianismo, professando um paganismo absoluto é:
a) Alberto Caeiro            b) Álvaro de Campos         c) Ricardo Reis        d) Bernardo Soares

27. Dono de uma obra de linguagem inovadora e geradora de novas palavras, misturada a elementos sertanejos:
a) Clarice Lispector           b) Guimarães Rosa         c) João Cabral de Melo Neto
d) Jorge Amado

28. Na Semanada de Arte Moderna, em 1922, ele foi vaiado ao ler o poema”A escrava que não era Isaura”:
a) Manuel Bandeira            b) Mário Quintana          c) Mário de Andrade        d) Alcântara Machado

29. Entrou para a literatura como escritor neo-realista, tendo escrito, por exemplo, Terras do sem fim:
a) João Ubaldo Ribeiro      b) Érico Veríssimo        c) Jorge Amado         d) Rubem Fonseca

30. Gigante Adamastor é personagem do livro:
a) O auto da barca do inferno         b) Mensagem         c) Os lusíadas        d) O primo Basílio

31. “Olhos de ressaca” é uma expressão que se refere aos olhos de:
a) Rita Baiana           b) Gabriela, cravo e canela        c) Maria Moura      d) Capitu

32. Egotismo é o sentimento excessivo da própria personalidade. A literatura mais egótica é:
a) Romantismo         b) Realismo          c) Parnasianismo         d) Modernismo

33. Um dos livros mais elogiados de Carlos Drummond de Andrade foi:
a) A Rosa do povo        b) Macário       c) Primeiros Cantos        d) Libertinagem

34. O grande amor da vida de Brás Cubas, personagem de Machado de Assis foi:
a) Marcela          b) Eugênia         c) Nhá-Loló         d) Virgília

35. Publicou um artigo contra Anita Malfati, em 1917, no jornal O Estado de São Paulo:
a) Mário de Andrade       b) Oswald de Andrade      c) Monteiro Lobato    d) Manuel Bandeira

36. O desejo de morrer e a sentimentalidade doentia são características da poesia do autor de Lira dos vinte anos. Trata-se de:
a) Gonçalves Dias        b) Castro Alves     c) Gonçalves de Magalhães      d) Casimiro de Abreu               e) Álvares de Azevedo

37. (UnB-Distrito Federal) Marque a opção que traz a obra considerada marco inicial do Romantismo no Brasil:  a) Iracema      b) Marília de Dirceu     c) O guarani      d) Suspiros poéticos e saudades   

38. Apresenta características ora realistas, ora naturalistas, ora impressionistas:
a) O Ateneu         b) Dom Casmurro         c) O mulato         d) Bom crioulo

39. A influência de Darwin é constante em qual movimento literário?
a) Barroco                b) Romantismo           c) Arcadismo          d) Naturalismo

40. Poeta conhecido como “Cisne negro”:
a) Cruz e Sousa         b) Augusto dos Anjos       c) Olavo Bilac       d) Manuel Bandeira

41. José de Alencar era filho de um:
a) advogado         b) padre          c) professor        d) jornalista


42. Autor da frase “Um país é feito de homens e livros”:
a) Machado de Assis          b) José de Alencar         c) Graciliano Ramos      d) Monteiro Lobato

43. Fato curioso da vida de Carlos Drummond de Andrade:
a) foi expulso da escola onde estudava, após um desentendimento com o professor.
b) foi demitido do primeiro emprego, após uma discussão com o chefe.
c) foi expulso da casa pelos pais, após uma ressaca.
d) foi expulso da igreja onde frequentava.

44. Castro Alves foi influenciado pelo poeta:
a) Victor Hugo          b) Rimbaud         c) Verlaine         d) Mallarme

45. Engenheiro militar, combatente da guerra do Paraguai e autor de “A retirada da Laguna”:
a) Franklin Távora        b) visconde de Taunay        c) Euclides da Cunha       d) Machado de Assis

46. História da luta de um padre contra os instintos, em plena selva:
a) O missionário        b) O crime do padre Amaro       c) O seminarista     d) O Ateneu

47. História centrada no homossexualismo:
a) O primo Basílio        b) Memórias Póstumas de Brás Cubas       c) Bom crioulo      d) A carne

48. História de um menino sensível em um colégio interno, onde aprende a vida de forma perturbadora:
a) Dom Casmurro           b) São Bernardo         c) O Ateneu          d) O guarani

49. Escreveu um único livro, “Eu”. Sua escrita aproveita o vocabulário científico, apresenta poemas pessimistas e agressivos, com palavras como célula, escarro, embrião, ferida, micróbio:
a) Olavo Bilac         b) Manuel Bandeira           c) Mário Quintana        d) Augusto dos Anjos

50. Em Memórias do Cárcere (1953), conta a experiência da prisão que sofreu de 1935 a 1936:
a) Euclides da Cunha         b) Jorge Amado        c) Graciliano Ramos       d) Érico Veríssimo



GABARITO:



01.  A
02.  B
03.  C
04.  C
05.  D
06.  B
07.  B
08.  D
09.  B
10.  C
11.  A
12.  C
13.  C
14.  A
15.  A
16.  C
17.  B
18.  C
19.  B
20.  A
21.  A
22.  D
23.  A
24.  C
25.  A
26.  A
27.  B
28.  C
29.  C
30.  C
31.  D
32.  A
33.  A
34.  A
35.  C
36.  E
37.  D
38.  A
39.  D
40.  A
41.  B
42.  D
43.  A
44.  A
45.  B
46.  A
47.  C
48.  C
49.  D
50.  C